Oct 23, 2007

drafts da vida

Eu acho muito complicado descobrir nossa voz interior. Do que realmente gostamos? Do que realmente estamos afim de fazer. Parece que eu fui criado para ser flexível. Só que, se por um lado é bom pois facilita o relacionamento com os outros, por outro lado é ruim pois temos que ter muita consciência de quem somos, para não ficarmos esquizofrênicos. E ser flexível dificulta bastante estas descobertas. É bastante complicado. E isso é uma constante na minha vida.

Aconteceram alguns fatos neste ano de 2007 que estão me fazendo rever muitos conceitos. Fui trazido ao mundo real, me puxaram de volta para este planeta chamado Terra. Senti determinadas emoções que há muito não sentia. E isso foi bom, por mais tristes que sejam essas emoções. Me fizeram viver, chorar, superar, ficar esperançoso, desacreditado, feliz, triste mas acima de tudo, vivo... E por vivo talvez entenda como ser eu mesmo.

E neste turbilhão de emoções reais, percebi que perdi muitas coisas bacanas simplesmente porque estava na segurança de marte. Enquanto eu morava lá, a vida corria aqui no planeta água, a vida instável, insegura e frágil. Ou seja, do jeito que sempre foi. Percebi que queria muito vir pra Terra, percebi que queria muito sair, percebi que queria muito ir à praia, percebi que queria muito beber e ficar louco, percebi que queria discutir, percebi que queria sorrir e berrar, que queria brigar, que queria amar e que queria estar nesta fragilidade e instabilidade toda...

Triste saber que percebi isto quando as oportunidades de fazer tudo isso se foram. Ou melhor, só fui perceber isso porque perdi estas oportunidades, fazendo com que o momento passasse. Talvez foi necessário passar por este ano, talvez foi necessário ter tudo e não ver, perder para visualizar.

E hoje desço à Terra, com uma força que há muito também não se via. E essa força talvez venha da vontade de não querer repetir erros passados, de não querer deixar a vida passar na Terra, e eu em Marte, assistindo o show... hoje eu quero fazer o que realmente quero fazer, e tenho a certeza que tudo pode acontecer...

E nestes pensamentos, me prendi a um em especial. Descobri neste ano (dizem que está cientificamente comprovado) que o contrário do amor não é o ódio, mas sim o medo. E digo que, durante muito tempo, deixei o medo me guiar. Este medo que me impediu de ser o que quero ser. Agora, que estou com uma energia pra enfrentar a fragilidade da vida, deixarei que o medo ceda espaço para o amor. O amor de fazer as coisas que realmente quero, e de ser quem realmente sou.

Nexte contexto, pode ser que deixe de ser um pouco menos flexível, mas nem por isso menos acessível... mais presente com certeza, e mais tranquilo, muito mais tranquilo...

2 comments:

Unknown said...

o medo não seria um paralelo ao amor?
talvez um bem substituto?? hehehehe

ou mais, um efeito colateral???

aixa

Fabi e Eder said...

"Nesse contexto," é o desfecho de um pensamento, a conclusão ideal, o juridiquês mais avançado.